Testes genéticos

Como utilizar os testes genéticos para câncer de próstata na prática clínica.

Testes genéticos para câncer de próstata

Por Medscape - Testes genéticos

Testes genéticos para detecção do câncer de próstata já estão disponíveis no mercado, com alguns deles sendo cobertos pela saúde suplementar. Apesar de o aconselhamento genético ser uma área especializada, geralmente conduzida por profissionais treinados na avaliação de câncer hereditário, são os urologistas e oncologistas que frequentemente discutem essa opção com os pacientes.

“O urologista é o profissional de primeira linha, com capacidade e treinamento para identificar a doença, sugerir exames e orientar a família. Dependendo da anamnese e da história clínica, o geneticista atua como um assessor, uma vez que, às vezes, é biólogo, não médico. Ele fornece informações ao urologista, que define a conduta, aprimora o diagnóstico e, se necessário, compartilha o tratamento com outros especialistas, como oncologistas ou radioterapeutas”, explicou o Dr. Marco Aurélio Lipay, professor e membro da Disciplina de Genética e Biologia Molecular da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), ao Medscape.

Dr. Marco Aurélio Lipay é autor do livro “Genética Oncológica Aplicada à Urologia”, publicado em 2001, e colaborador no capítulo sobre testes genéticos do novo livro “Condutas em Cânceres Urológicos”, que será lançado neste mês pela SBU.

Cenário no Brasil e capacitação médica
 

“No passado, o Brasil tinha poucos geneticistas. Contudo, nos últimos 10 a 15 anos, houve um aumento na capacitação de médicos na área de oncogenética, abrangendo tanto médicos geneticistas quanto oncologistas. Atualmente, a maioria dos pedidos de testes genéticos parte diretamente de oncologistas”, destacou o Dr. Danilo Viana, médico geneticista da Mendelics, um dos laboratórios que oferecem o serviço no país.

O modelo híbrido de abordagem — no qual os médicos solicitam os testes e, quando necessário, encaminham os pacientes para aconselhamento genético — tem sido considerado uma solução viável. Essa abordagem foi discutida em um artigo recente da Nature Reviews Urology, destacando a importância de integrar diferentes profissionais na avaliação do risco genético.

Recomendações e critérios da SBGM
 

A Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM) elaborou um parecer técnico com orientações para médicos de diversas especialidades. Esse documento enfatiza que, ao avaliar um teste genético, é essencial considerar fatores como sensibilidade, especificidade e valor preditivo. Além disso, é crucial abordar, no período pré-teste, os riscos e benefícios com o paciente e sua família, incluindo possíveis impactos emocionais, sociais e psicológicos.

Na conversa com o paciente, é importante destacar que o risco populacional de câncer de próstata é de 11%. Porém, 85% dos casos são esporádicos, enquanto apenas 15% são hereditários (5% a 10%) ou familiares.

Os critérios para rastreamento genético incluem:

  • Ocorrência de câncer de próstata em três gerações consecutivas.
  • Dois parentes de primeiro grau diagnosticados antes dos 55 anos.
  • Três parentes de primeiro grau com câncer de próstata.

Os tumores familiares podem apresentar características semelhantes aos hereditários, mas sem mutações genéticas identificáveis.

Roxana Tabakman – Medscape

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