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Depilar Escroto

Existe algum risco?

Por Marco Lipay

Não são incomuns visitas ao consultório do urologista por questões relacionadas a lesões em pênis e região pubiana relacionadas ao hábito da depilação de pelos.

Vale lembrar que os pelos não nascem nestas regiões por mero capricho da natureza, e sua manifestação ocorre em uma fase da vida do menino chamada de puberdade.

A puberdade, é a fase de transformação do menino em homem que começa por volta dos 12 anos de idade e é desencadeada por ação da testosterona (hormônio masculino). Nesta fase observa-se a mudança na voz, aumento de tamanho do pênis, testículos, próstata, vesículas seminais, além do desenvolvimento de músculos, ossos e o aparecimento de pelos na face, axilas, púbis e escroto.

Os pelos da região genital masculina têm como função: indicar a maturidade sexual, reter o suor da transpiração, promover o prazer sexual pelo atrito promovido entre os genitais, proteger a pele durante a fricção do caminhar e do ato sexual, além de manter o microambiente saudável. Pode-se mencionar, também, que os pelos ao redor dos genitais evitam infecções sexualmente transmissíveis e outras doenças dermatológicas.

A depilação é um ato, muitas vezes, realizada com máquinas ou lâminas que podem resultar desde a mudança do microambiente até promover traumas que levam a irritações, lesões de pele e/ou da mucosa da glande peniana.

Os ferimentos podem manifestar-se após alguns dias da depilação realizada. As lesões traumáticas são mais comuns no pênis em razão do crescimento dos pelos do púbis e escroto que funcionam como “escovas” ou “lixas” dos tecidos periféricos, devido as suas características: de serem mais duros e curtos, semelhante a uma “barba por fazer”. A maciez dos fios só será alcançada quando estes estiverem mais longos e volumosos.

Trabalhos mostram que estas lesões no genital e na região púbica são comuns, ocorrendo em 25% das pessoas depiladas.

Lembramos que:

Os pelos pubianos são normais, e a quantidade de pelos na região pubiana varia de pessoa para pessoa. Não há um padrão para a quantidade, a espessura ou a área que os pelos pubianos cobrem.

A não remoção dos pelos pubianos não é um ato de falta de higiene, desde que a área seja tratada da mesma forma que as outras partes do seu corpo.

Em resumo:

Os pelos fazem parte da anatomia humana e tem função conhecida.

A depilação total ou parcial dos pelos pubianos é uma decisão pessoal e tem seus riscos.

Referências sugeridas:

  • Prevalence of Pubic Hair Grooming–Related Injuries and Identification of High-Risk Individuals in the United States – Matthew D. Truesdale, et al – JAMA Dermatol. 2017;153(11):1114-1121.
  • Correlation between pubic hair grooming and STIs: results from a nationally representative probability sample – Charles Osterberg, et al – JBM Journal – May 2017; 93 – 3
  • Pubic Hair Grooming Prevalence and Motivation Among Women in the United States –Tami S Rowen, et al – JAMA Dermatol. 2016;152(10):1106-1113

Dr. Marco Lipay

  • Cremesp 73891- CRM 73.891 | RQE 33972
  • Doutor em Cirurgia (Urologia) pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo)
  • Titular em Urologia pela Sociedade Brasileira de Urologia
  • Membro Correspondente da Associação Americana de Urologia
  • Autor do Livro Genética Oncológica Aplicada a Urologia

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