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HPV

Pode levar ao Câncer.

HPV - Dr. Marco Lipay Urologia

Por Marco Lipay

O HPV (Papilomavírus Humano) é um vírus que infecta a pele ou mucosas (oral, genital ou anal), tanto de homens quanto de mulheres, desenvolvendo verrugas que podem levar ao câncer.

Dados do Ministério da Saúde mostram que aproximadamente 291 milhões de mulheres no mundo têm HPV e dessa população, estima-se que um terço estão infectadas pelo subtipo 16 e 18 e são estes, os tipos virais, que desenvolvem a maioria dos casos de câncer de colo do útero.

A Associação Americana de Urologia (AUA), em seu site, menciona que o HPV é a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo e cerca de 14 milhões de pessoas são infectadas a cada ano nos Estados Unidos (EUA).   A prevalência do HPV genital é estimada em 42,5% das mulheres americanas com idades entre 14 e 59 anos.  Estima-se que 15.000 casos desses cânceres em mulheres e 7.000 casos em homens são diagnosticados a cada ano, nos EUA.  Acredita-se que o HPV seja responsável por até 50% de todos os cânceres invasivos de pênis e está associado a quase todos os cânceres do colo do útero. Lembrando que o tumor de colo do útero é o segundo câncer mais comum e a quinta principal causa de morte em mulheres em todo o mundo, com quase 4.000 mortes/ano nos EUA.

O HPV também está envolvido em até 85% dos casos de câncer de ânus, 35% de orofaringe e 23% de boca. Ressaltamos que a neoplasia de boca e garganta é o 6º tipo de câncer mais comum no mundo e sua incidência está fortemente relacionada a prática de sexo oral em pacientes com HPV.

No Brasil, em estudo recente, envolvendo as 27 capitais, em 119 Unidades Básicas de Saúde / SUS, foram entrevistados 8.626 homens e mulheres com idade que variou de 16 a 25 anos de idade (média de 21,6 anos). O estudo identificou uma prevalência de 53,6% de HPV sendo 32,5% de alto risco (54,6% na população feminina e 51,8% nos homens). Outro achado importante deste estudo foi que em relação as infecções sexualmente transmissíveis (IST), 13,8% dos pacientes avaliados já haviam manifestado HPV em outro momento ou apresentaram resultado positivo no teste rápido para HIV ou Sífilis.

Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer) as formas de contágio do HPV são as mais variadas possíveis, a saber:

  • A transmissão do vírus se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada.
  • Pela via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Assim sendo, o contágio com o HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal.
  • Também pode haver transmissão para o bebê durante o parto, caso a mãe seja portadora do vírus.
  • Existem dúvidas quanto a possibilidade de contaminação pelo HPV por meio de objetos, do uso de vaso sanitário e piscina ou pelo compartilhamento de toalhas e roupas íntimas.

O paciente infectado pelo HPV pode não apresentar sinais ou sintomas na maioria dos casos e assim ficar latente. Normalmente as primeiras manifestações clínicas pelo HPV surgem num período que vária de 2 a 8 meses da infecção, mas pode em alguns casos demorar até 20 anos para se manifestar. As lesões clínicas se apresentam como verrugas na região genital e/ou no ânus (denominadas tecnicamente de condilomas acuminados e popularmente conhecidas como “crista de galo”, “figueira” ou “cavalo de crista”). Podem ser únicas ou múltiplas, de tamanhos variáveis, achatadas ou papulosas (elevadas e sólidas). Em geral são assintomáticas e raramente desencadeia coceira no local.

O diagnóstico é confirmado pelo exame físico, somado a uma genitoscopia, biópsia da lesão e identificação do vírus e seu subtipo por técnicas de biologia molecular.

O tratamento é individualizado, considerando as características da lesão (extensão, quantidade, localização), além da disponibilidade de recursos terapêuticos (químicos, eletrocauterização, crioterapia, laser, cirúrgicos, ácidos ou até mesmo estimuladores da imunidade). Independente de realizar o tratamento, as lesões podem desaparecer, recidivar, permanecer inalteradas ou aumentar em número e/ou volume.

A prevenção do HPV é realizada com o uso de vacinas que é distribuída gratuitamente pelo SUS e é indicada para:

  • Meninas de 9 a 14 anos;
  • Meninos de 11 a 14 anos;
  • Pessoas que vivem com HIV;
  • Pessoas transplantadas na faixa etária de 9 a 26 anos;

Além da vacina recomendada para as crianças, adolescentes e grupos de risco; o preservativo (camisinha) masculino e feminino deve ser utilizado a partir do início da atividade sexual. Entretanto, o seu uso, apesar de prevenir a maioria das IST, não impede totalmente a infecção pelo HPV pois as lesões podem estar presentes em áreas não protegidas.  Na dúvida de uma infecção ou de uma lesão, procure auxílio médico, o Urologista saberá indicar a melhor opção de tratamento e prevenção.

Dr. Marco Lipay

  • Cremesp 73891- CRM 73.891 | RQE 33972
  • Doutor em Cirurgia (Urologia) pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo)
  • Titular em Urologia pela Sociedade Brasileira de Urologia
  • Membro Correspondente da Associação Americana de Urologia
  • Autor do Livro Genética Oncológica Aplicada a Urologia

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