Tempos de pandemia

A urologia em tempos de pandemia.

Por Marco Lipay

A pandemia de COVID-19 tornou obrigatória, entre as medidas de enfrentamento, a garantia de informações claras e precisas sobre o atendimento das várias demandas ambulatoriais e hospitalares.

A Agência Nacional de Saúde (ANS) em sua Resolução Normativa (RN) nº 259, em reunião extraordinária realizada no dia 25/03/2020 regulou os prazos de atendimento para a realização de consultas, exames, terapias e cirurgias que não sejam urgentes.

A Sociedade Brasileira de Anestesiologia, em consonância com o Colégio Brasileiro de Cirurgiões e a Associação Médica Brasileira, recomendou a suspensão de procedimentos cirúrgicos / anestésicos eletivos em todo o Brasil, temporariamente, excetuando-se casos em que possa haver prejuízo aos pacientes pela questão tempo-dependente, tais como: operações oncológicas (câncer), cardíacas, obstétricas, entre outras, com rigorosa avaliação prévia do médico assistente.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) encaminhou no último dia 19 de março um ofício ao ministro da Saúde, Dr. Luiz Henrique Mandetta, informando a decisão de  reconhecer a possibilidade e a eticidade de uso da telemedicina no país, além do que está estabelecido na Resolução CFM nº 1.643/2002, que continua em vigor. A decisão vale em caráter excepcional e enquanto durar o combate a pandemia de COVID-19.

Desse modo, mesmo com os consultórios fechados é possível a manutenção de atendimento adequado na fase crítica da pandemia que deve iniciar no próximo mês de abril.

A Sociedade Brasileira de Urologia já orientou toda a comunidade urológica quanto a importância das informações tratadas com responsabilidade.  Algumas vezes o urologista estará diante de uma urgência ou emergência e precisará internar ou até mesmo submeter o seu paciente a um procedimento cirúrgico entre eles: infecção do trato urinário com ou sem obstrução urinária por um cálculo renal, abscesso urológicos, torção de testículo, retenção urinária em que não é possível realizar sondagem, hemorragias de origem urinária, gestantes com unidade reno-ureteral obstruída por cálculo renal, fratura de pênis, prótese de pênis infectada, priapismo ( ereção dolorosa e prolongada sem relação com ato sexual), câncer ( rim, ureter, bexiga, próstata, testículos, pênis), transplante renal com doador cadáver, entre outras. Já as cirurgias eletivas como: correção de varizes no escroto (varicocele), água no escroto (hidrocele), vasectomias, cirurgias de próstata para melhorar o fluxo urinário por hiperplasia prostática benigna, fimose entre outras, devem ser postergadas. Recomenda-se que durante esse período você esteja próximo de seu Urologista, pelo celular, whattsapp, site ou redes sociais.

Neste momento de enfrentamento, pensar no social é fundamental. Laves as mãos com água e sabão com frequência, use álcool gel a 70% quando não encontrar uma pia por perto e tome cuidado com queimaduras.  Evite aglomerações e mantenha o isolamento social conforme as orientações da Organização Mundial da Saúde. Caso você tenha mais de 60 anos, fique em casa e solicite ajuda de algum familiar ou amigo. Nunca faça uso de remédios sem orientação médica. Juntos venceremos a crise.

Dr. Marco Lipay

  • Cremesp 73891- CRM 73.891 | RQE 33972
  • Doutor em Cirurgia (Urologia) pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo)
  • Titular em Urologia pela Sociedade Brasileira de Urologia
  • Membro Correspondente da Associação Americana de Urologia
  • Autor do Livro Genética Oncológica Aplicada a Urologia

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